terça-feira, 28 de setembro de 2010

Fazer acreditar.

Já fazia algum tempo que eu não a via. De fato, por conversas ou notícias, sabia de como ela se sentia. De como vivia seu relacionamento. Ela só me mandou um recado, e disse que queria me encontrar. E eu, pensando em todas as consequências, quis!

Sentados no mesmo lugar onde antes eu apenas imaginava, hoje, dizia:
- O que está acontecendo?!
- Eu não sei! Achei que tinha o caminho certo nas minhas mãos e ele simplismente foi sumindo!
- E você já procurou algum outro?!
- Não! (Choro)
- Então é porque você ainda está perdida.

Dei alguns minutos até ela engolir a vergonha. Eu já sabia que era necessário, por isso permaneci quieto. Olhando-a de rabo de olho, já que sabia sobre seu incômodo quando sob meu olhar, percebi que a conhecia melhor que antes, mesmo sem uma convivência continua. Olhando ainda para o chão, até como se fizesse a analogia concreta entre caminho e a grama debaixo de nós, ela continuou:
- Eu não sei mais o que fazer!
- Me dê três motivos plausíveis pra acabar com tudo agora!
- Não me venha com sua lógica novamente!
- Não é lógica, é conhecimento sobre si mesmo. Coisa que acho que você não tem!

Levantei-me e sabendo que a ausência naquela hora seria melhor do que qualquer palavra, segui por algumas quadras. Com o coração na mão, ouvia o suspiro de um choro. Um choro que desejava que rolasse pelo meu peito, amparado pelo meu ombro.

Dois dias depois, ela aparece na porta do meu quarto. Com cara de quem acaba de descobrir uma safadeza feita.
- Porque você é a única pessoa que sabe como falar comigo?!
- E o que é saber falar com você?!
Olhou para a minha mão, estendida com a intenção de que ela entrasse, ela balançou a cabeça. Por um instante achei que o sinal negativo era para a entrada no quarto, mas ela delicadamente colocou sua mão sob a minha e eu entendi.
- Você me fez acreditar em mim. Só que eu fiquei brava por ter que te ouvir para passar a enxergar as coisas!
Soltei um sorriso discreto. Ela insistiu:
- Como?!
- Porque eu acredito em você aonde é necessário para ser feliz.
Inclinando-se para trás, acho que com intuito de me distrair, deu um tom de desconfiança e disse:
- Agora você é livro de auto-ajuda?!
A trouxe para mais perto, tirando-a das suas defesas e... dei-lhe um beijo.
Olhando eu seus olhos respondi:
- Sou quem acredita que pode te fazer feliz!