sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A metáfora geométrica.

Eu muito tenho medo de me aventurar em devaneios sobre a vida. Dona de tanta armadilha. Mas há algo que desafogou como quando se empurra uma bola até o piso da piscina e se solta. E como é bom uma bola redonda.

De fato, passado pela minha cabeça a visão de outrém de que a vida é circular ou que se assemelha a tal, muito me agonia a idéia simplificada da afirmação. A vida não é algo simples que possa se assemelhar a alguma coisa, e muito menos a um círculo. Mas se a questão é a geometria, vamos a ela:

Um círculo feito por uma criança, é composto de uma linha redonda, nem sempre perfeita, e de seu preenchimento. Já para aqueles com alguma formação, têm-se o contorno e a área do círculo. E para os especializados, escolhem se vão colocar o círculo nos seus estudos com astros, copos ou moléculas. Mas há algo de comum: a razão Pi.

E assim pergunto se há algo de comum na vida se não a regra de que ela é limitada. Tomado então, o Pi (também usado como censura) da vida, como sua limitação, o que não se enxerga, pelo menos na superficialidade das afirmações vistas por mim, é que o tamanho do círculo muda. O tamanho da linha muda.

Existe uma necessidade em parar de olhar para o que já é fato, e preocupar-se em maximizar o tamanho do círculo. Quanto mais preenchemos o círculo, mas a linha aumenta. E se quiseres tomar a linha como a da vida, vai a boa notícia de que o fim fica mais longe caso se preencha mais.

Por mais confusa que estas idéias fiquem, elas tem de fato que ser. Não há idéia simples sobre a vida. Apenas uma razão comum. E se é girando em círculos que se fica tonto, confuso, é porque a semelhança é muito mais sentida do que geometria.

E é por isso que eu volto a dizer: como as crianças são felizes! Elas nunca desenham um círculo perfeito, e por isso, não pode-se se aplicar a razão Pi.

E elas ainda pintam da cor que quiserem. E sem deixar branquinhos.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Sobre R.

Relacionar-se, de fato, é uma arte. Tanto é, que nada mais me chama tanta atenção quanto o prazer de descobrir, desvendar ou detalhar uma vida. Mas essa minha arte, não começa com D. Começa com R.

Realizar sentimentos antes pensados apenas em filmes e livros fantasiosos, se torna possível. Durante a sua leitura! Aprender que um livro surgido do acaso só tem continuidade após o seu fim se você tomar atitude, é retumbante.

Racionalidade é algo que você só terá, caso se dê conta de que não a têm. Como se fosse o primeiro passo. Não só rumo à própria consciência, mas ao melhoramento de sua relação. Se isto não ocorrer em três meses, adeus! Virão bons momentos, daqueles em que o instante é relembrado para sempre, mas prolongado até tal.

Reduzir as complicações e maximizar as qualidades podem parecer fórmulas tentadoras quando se pretende uma solução. Se chegar a este ponto, pare tudo! Você errou bem antes, quando não fez destas duas coisas o principal caminho a ser seguido. Por mais que ele tenha que surgir sem esforços.

Resistir. E como é difícil resistir. A todas estas afeições, diferenças, surpresas, mistérios ou ao proibido. Mas como é bom lembrar que por uma letra, pelo R, resistir é a mais bela forma de existir.

Render-se, para quando não conseguir resistir.

Raramente existirão outras. Mas isso só vai acontecer pela velha lei de que ninguém é igual a ninguém. Não fique com a ilusão de que não virá outra melhor ou a próxima não terá o que mais te agrada. Porque citar R é fácil. Difícil é tirar dele o vício semântico encontrado no relembrar, retroagir, reagir, rever, reviver, etc. R não é para isso. É para ser simples, único e tudo ao mesmo tempo, eliminado o perigo de procurar o que já foi. Para sempre ser novo, e criar expectativas.

Relembrar, relembro apenas uma coisa: antes do R existem muitas outras letras.