quinta-feira, 18 de março de 2010

Sem ter, sentir.

Quem é você?! O fato é que eu não queria nem lembrar a resposta dessa pergunta. Porque é bem assim que eu quero levar a minha vida:

Uma manhã, por uma ocasião rotineira, eu me deparo com olhos que brilham e me fazem pensar em besteiras. Desisto de levar meu cotidiano por um dia. Ainda admirando, rogo a todas as forças, chamando de Deus ou destino, que faça ao menos um livro seu cair. Então eu o pegaria e teria uma história pra fazer. Ou contar.

Tiraria então, você do seu dia. E colocaria um sorriso ao invés da mesmice de um escritório, ou sei lá o que você faz. É que essa roupa fica muito séria.

Perdidos na hora já, queria perder as contas dos seus sorrisos, ou das coisas entre a nossa luta subliminar para saber quem é o melhor em vangloriar-se. Eu não saberia quem você exerce, só quem você é. E vice-versa. Como em um ato que para o mundo, fosse ao menos exótico. Conhecer-se já não teria o sentido de vida, mas de pessoa.

Após parecer idiota, com o cair da noite, perceberia que já estava cheio de você. Que devia seguir por aquela calçada, com uma iluminação pobre, se comparada ao meu estado de espírito.
Mas você tomou a minha mão, pela primeira vez durante o dia. Me deu um papel, e um beijo, sem selo. Eu ia perguntar o seu nome, e você se virou. E sendo bem old fashion aquilo pareceu um comercial de shampoo. Só o seu movimento saindo. Porque meu dia pareceu um filme.

No papel, seu nome. E eu ficaria com a certeza de que um dia eu não teria outro dia como aquele. E é só isso que eu queria. Porque se eu ficar com você, seria apenas pra relembrar. E de lembranças, eu estou cheio.

Pra um dia, não importa a ordem, eu/você te/me reconhecer, sem ao menos ter me conhecido. Não do jeito que os outros queriam.

Ah! Meu nome, é Possibilidade. E essa história se passa em todo lugar.