quarta-feira, 25 de março de 2009

Tempo perdido.

Se o tempo é relativo, não me importa. Encaro o que é fato: apostas são feitas crendo que ele pode ser não relativo, mas corretivo. Agora, questiono-me: porque ser corretivo, em termos de apagar o que se passou e não utilizá-lo como apenas tempo? Não se enxerga é que dentro do tempo pode-se ter não só 'fins', mas também começos, desenrolos, ilusões....

Eis então que quero bravejar: o tempo que se passou, entre nós, não foi perdido. É muito pouco tempo pra quem se tem uma vida inteira pela frente, como argumentam. Não foi perdido porque em pouco tempo pode-se muito. Não é suficiente para mudar rumos por completo, mas pode olhar o caminho com outros olhos. Não é suficiente para mudar personalidade, afinal, aquilo que se é, foi construido por um longo tempo. Não é suficiente para mudar um sentimento, mesmo que seja dado a ele novas facetas, ele ainda pode estar lá, atrás de máscaras.

Não quero julgamentos, nem agora, nem por um futuro além. Quero apenas que entenda, que o tempo que se passou, foi justo, necessário. Mas que em pouco tempo a única coisa que acontece são mortes. Não me deixe morrer aqui.

Não sozinho!

terça-feira, 10 de março de 2009

Culpa.

É comum questionar se estamos no mundo correto. Mas esquecemos de que, por vezes, estamos no nosso próprio mundo e por ele não parecer com o real, parece irreal. Podemos, e em boa parte somos, ser bivalentes em termos de vivência. Só que não sabemos. O que parece emoção em momento de euforia, pode ser sem lógica na calma do travesseiro. E eis que o travesseiro vira túmulo para uma consciência semi-falecida por auto-flagelação.

Que culpa eles tem? Preconceito é preconceito independente de para com quem ou com o que! Isso não é um julgamento meu. Isso é do próprio conceito de preconceito. Da minha parte, só acho que não há preconceito que não possa ser mudado. A natureza humana por vezes foi. E pensamentos estão longe de ser naturais.

Que culpa tem as pessoas? Ao entender que todos somos diferentes, não devemos parar por ai, se acomodando. Não é cômodo pra ninguém lidar com todos sem uma indiferença ou uma desavença. Contudo, é sublime perceber que por serem outras vidas em contato com a sua, todas tem algo a acrescentar a sua. Não apenas as julgue. Saiba tirar positividades. Isso sim é ser inteligente.

Que culpa tem a sociedade? E quando se fala em sociedade, parece uma palavra abrangente e até revolucionária, de textos manifestos. Mas considere apenas um grupo de pessoas que se relacionam. Que culpa tem se comentar e falar é nato de um ser humano? Não relacionar-se é tão prejudicial que seria passível de uma privação de intelecto. Não há como ter crescimento pessoal, sem ser, primeiramente, uma pessoa. Não culpar os outros é o ponta-pé inicial em obter um perdão dos seus próprios julgamentos.

Que culpa tem o amor? Ele nunca pediu para ser definido e não se importa o quanto o usem. Apenas, faça bom uso. Não se esqueça de que amor e todas as emoções adveem do coração, mas se maximizam se sinceras. E sinceridade, não é emoção nem razão. Sinceridade é fruto de bom-senso.

Que culpa eu tenho? Eu só queria fazer de tudo um pouco mais sincero. Um pouco mais inesquecível. E quando digo tudo, é tudo! De amores à amizades. De discussões à declarações. De caminhas à noitadas. De solidão à companheirismo. Posso até estar errado quanto a beleza da sinceridade. Mas a verdade é que, até então, quando minha vontade de sorriso falou mais alto, ele veio de várias formas. E não só em mim.

Talvez ai esteja a minha culpa. Querer levar o prazer de viver apenas pra um mendigo que ajudei, pra uma senhora que passava solitária e uma flor entreguei, pra uma mãe que acalmava o filho no carro que fiz o favor de dançar e distrair sua criança, ou de imaginar todas outras situações humanas em superficialidade que devem ser ressaltadas. Acho que deveria sair da imaginação. Não há como ter resposta negativa. Então, por que não o fazer? Com todos!

Não caia no mesmo erro que eu. Apenas me acompanhe. Viva.

quarta-feira, 4 de março de 2009

[Re]Luz.

Por mais que eu tentasse me perder pela noite, sempre esteve lá. A diferença é que antes, a lua era um brilho, um rumo, uma admiração. Hoje é luz, é um auxílio.

Passei a acreditar na força de um neon. Uma boa noite acompanhada de um bom som. Alto, de preferência. O neon toma conta dos meus olhos como sinal de premeditação. O sorriso sai sem motivo. Apenas me sirva mais um copo.

Por trás do neon, há mais brilho. Há um brilho que pisca incessantemente acompanhado de verde, vermelho, azul... Sem ordem. Mas sem bagunça. Há outro brilho vindo do tal copo. Independente de que esteja cheio, brilha. E a música, pode sem querer, tornar-se muito mais luz, do que som.

E já me pergunto se esta imersão em boas vibrações, em algo que pode depender apenas de mim, não seria a luz que falta. É aí que surgem outros focos. Talvez mais relevantes que os anteriores.

Apesar de fugir, confesso que o brilho das pessoas ainda me fascina incomparavelmente. Posso até estar cercado por elas, em estado de agonia física. Mas mesmo assim, dá pra perceber que cada um tem seu estado de espírito, tem sua maneira de lidar com suas preocupações (ou de esquece-las), tem seus olhos voltados para seus interesses (ou fechados para suas introspectividades), tem suas vontades expressas (ou em iminência), tem seus mistérios. E isso ofusca tudo o que há em volta. É o brilho da vida, que de fato é mais de ser visto nos outros, mas que não pode ser deixado de lado. Não quando pensamos no que fazer da nossa.

E se a noite acabar, se o neon se apagar, ainda restaram as memórias. "Podemos sentar ali na calçada e conversar?" Lembrar do que te iluminou sempre geram mais luz. Luz de sorrisos. Luz de alegria. Só não deixe chegar lá.

Lá! Quando as memórias da noite acabam, vem as de antes. E as recordações que predominaram seram os brilhos do passado. Se não tiver um passado que lhe agrade, esse será seu defeito. Se tiver um bom passado, não o deixe virar defeito, virar saudades além das aceitáveis para uma boa noite. Só vire para a lua e diga: "Ainda bem que você ainda continua ai!".

E termine a noite com esperança, de um "tudo melhor".