quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Traindo com Vida.

Nada do que eu já disse, foi tão abstrato quanto o que sinto por você. Ou melhor, o que você me faz sentir.

Insiste em me rodear. Já utilizou de amigos, conhecidos, entes bem próximos e até da minha imaginação. Dentro dela, inclusive, me seduz mostrando que meu cansaço logo acaba se estou em seus braços. Como se o cansaço de uma vida, repousasse de forma confortável próximo a ti.

Usa dos meus pontos fracos pra me conquistar. E como isso é vulgar. E como isso é tentador. De fato já pude experimentar várias alegrias, mas seu mistério me envolve como nenhuma mulher. Ao menos sei que te amar, não consigo.

Hoje, sei que estás bem próxima. Na estrada posso te ver várias e várias vezes passando por mim. Em caminhões, carros e curvas.

Posso dizer hoje que já tivemos encontros e desencontros. Em nenhuma delas jurei fidelidade! Não firmei compromisso e muito menos fiz questão de te ver. Aliás, as pessoas mais próximas a mim, não gostam da ideia de que eu fique com você.

Mas te confesso, Morte, estou te traindo. Hoje, viver, por muito mais difícil que seja, ainda vale a pena!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A proposta feliz.

De todas as propostas que me fizeram na vida, sempre tive duas escolhas: aceitá-las ou não. Mesmo aquelas com chantagens subliminares ou as espontâneas, todas estas chegaram à mim e sempre tive uma resposta verbal, simples e concreta. Mas não à essas da Vida.

Existem milhares de linhas de pensamento sobre como viver, o que querer da vida, os momentos, as fases, tudo! Dos budístas, sem-religiões, filosofia da balada, do aproveitar a juventude, do querer casar, do pensar no presente... e sempre se enxergar pensando no futuro. Em comum à todos eles estão os principais questionamento geralmente são: felicidade, dinheiro, companheiro, família e, caso se acredite, Deus. Considerando este último como possibilidade e variedade acima da média, deixo de lado nas próximas linhas.

O dinheiro, o companheiro e a família, são totalmente relacionados a outras pessoas. Ou melhor, dependem de outras pessoas! Por esta, as conquistas são perceptíveis e o relacionamento com as tais, vez ou outra, envolvem propostas. Da sua proposta de casamento à de emprego, a insegurança do "não aceitar" é a mesma. Isto porque constituir família depende de uma única proposta, mas que é construída por um bom tempo. Estes questionamentos feitos por outras pessoas, ou que nós mesmos fazemos e aguardamos a aceitação ou a negação, refletem a interdependência pessoal em que nos encontramos.

A única coisa que não depende dos outros, é a que nunca me apareceu com uma proposta: a felicidade! Nenhuma voz sobrenatural me apresentou uma escolha da qual a felicidade fosse o lucro. Ninguém me mandou um contrato para estudar as cláusulas e aceitar por querer ser feliz (e eu ficaria curioso em pensar no remetente). Nada!
Quando se trata de felicidade não se encontra em aceitar um emprego, em ganhar dinheiro, em achar a pessoa que te completa, em olhar o bom desevolvimento da sua família. Não se encontra, pelas suas escolhas. E sim, o que você faz delas. Acho que inclusive algum destes filósofos de rodoviária já deve ter dito isso.

Pelo meu coração, diria que quanto menos pessoas você colocar entre o seu caminho e a felicidade, mais facilmente você chegaria a ela. Mas aí, eu estaria me esquecendo que já estou à linhas de distância quando me referi a Deus. Independente do seu, no seu nascimento, você veio ao mundo sozinho. Mas Ele colocou milhões de pessoas em volta. E isso, não é acaso! Acaso, é conseguir felicidade na maioria do seu tempo!

domingo, 2 de janeiro de 2011

O ego fúnebre.

Ao dizer que gosto da solidão e a prefiro em circustâncias, não meça minha palavras, é puro sentir. Algumas das mentes brilhantes deste mundo discorreram sobre os benefícios da solidão. E eu até os enxergo claramente. Mas minha mente vai além.

Ao falar que não me importo muito com complicações cotidianas e de cunho social, sou até bem sincero e falo com propriedade. E acho que isso vem da minha simpatia pela solidão. Mas, o meu egoísmo aparece mesmo quando penso sobre morrer.

Queria morrer antes dos meus pais. E isso talvez mostre já de maneira bruta o que é o meu egoísmo. A dor de perder alguém que se ama, foge das explicações até de filósofos. Raciocinar a respeito é praticamente impossível.

Queria morrer antes dos meus amigos. Aos poetas que dizem que a amizade tem valor maior do que os amores de uma vida, viveram muito bem todos os seus dias. Não consigo imaginar minhas lembranças sem três ou quatro rostos presentes.

Mas entenda, não é 'querer morrer'! É que, diferentemente da maioria, a mim pouco me importa em morrer hoje, amanhã ou depois. Sobre 'morrer jovem e não viver a vida', só o fato de ter boas lembranças na cabeça, e muito ter aprendido com os mais velhos que me cercam, já me fazem bastante satisfeito do período mundano. Afinal, tem tanta coisa que se passou, que dou graças à Deus de de fato terem passado.

Então, se eu morrer amanhã, não foi por querer! Mas tenham certeza de que não os amei menos por ter ido.