domingo, 27 de dezembro de 2009

Em defesa do Outono.

Caso não tenha percebido, há tempos tento lhe dizer a verdade sobre o outono. Aquilo que você vê como uma aurora cinzenta e sem grandes alegrias, pra mim é motivo de festa e euforia.

Explico:
Cansado de ver os grandes subestimando as positividades do outono, entrarei em defesa deste. Se é no outono que se enxerga a falta de grandes acontecimentos, relembro que fui ensinado, desde o primário, que é nele que as frutas atingem seu ápice de gosto e vida. Se os enigmas do amor são enxergados na primavera, não encontro melhor caminho do que folhas no chão. O verão, com raios e luminosidade, é um tanto quanto exacerbado para o meu gosto. E o inverno é apenas o reflexo de algo que não tem luz própria.

Não tiro o mérito da existência e da caracterização das outras estações. Só acho que assim como eu olho pra você, exaltando o que não se enxerga superficialmente, acho que todos deveriam melhor atender e entendê-lo.

Não sou desta estação, nem meus amores. Mas reafirmo: não há motivo para não amar no outono.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Descritivamente.

E vejo apenas o verde da grama em contraste com o da folhagem superior. Sinto um vento que sopra de maneira a mexer apenas com a ponta do meu cabelo. Leio um livro que já quis se aposentar, mas que por amor a literatura, colocou-se em minhas mãos. Estas, cansadas de te escrever.

Posso ainda, delinear estas nuvens que ao contrário da feição daqueles peões, não tem traços bem feitos. Mas que, por meio delas, pode-se dizer que Deus os fez bem. O muro em que encosto é frio, mas por trazer da noite o brilho sagaz das estrelas. E tenho a certeza que com a rotina diária de um sol bem iluminado, o esquentará como se houvesse atrito entre os dois.

Gosto de descrever. Gosto, pois é assim que espalho certezas de um lirismo mal-acabado, que assim o é por ser infinito. Mas assim como digo que já não sei se o próprio universo é infinito, digo que minha vontade de descrição também não passa por ai.

Não quero saber o que sinto. Não quero ter a possibilidade de descrever o que é para ficar subentendido, para não sofrer a tentação de me declarar. Sentado aqui, vejo como é só o que me preenche que move minha capacidade de descrição. Como se meus sentimentos e a ciência crítica destes, mudassem a minha visão. Mas não quero.

Quero continuar com esta grama que compartilha de seu caminho com um cachorro desatento. E quero principalmente continuar com estas nuvens mal desenhadas. Porque é ai que tenho a certeza de estar confuso... mesmo sabendo que as duas não podem coexistir.


Capítulo III.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Andando de bicicletas.

É uma simples analogia: considere cada relacionamento com cada pessoa que você conhece, um passeio de bicicleta.

No começo, logicamente, há de se aprender como que força é necessário colocar nos pedais, dependendo da velocidade que você deseje. Também deve-se escolher o rumo onde haja menos obstáculos, já que o risco de bater é bem maior devido a sua falta de prática em desviar dos mesmos. Os tombos?! Não precisa comentar! O tamanho dos seus ferimentos depende da sua agilidade em prever o tombo. É... isso é possível. Mas o legal mesmo, é sentir o frio na barriga, a falta de coragem em arriscar ir mais rápido e até tentar outras formas de andar.

Após sua prática já bem estruturada, o desafio passa a ser o equilíbrio. Por mais que você tenha treinado no começo, por mais tombos que você tenha tomado, você ainda é suscetível a alguma mudança que tire o seu equilíbrio. E daí em diante, há os perigos da bicicleta. Você se sente tão seguro, com a direção em suas mãos, que começa a achar o passeio meio irrelevante. Teus caminhos parecem dar sempre nas mesmas coisas, sua força é tão precisa que você nem faz questão de mudá-la para ir mais devagar.

Porque ir mais devagar?!

Porque tem certas coisas que só se percebe nesse passeio quando se muda a velocidade, e se mais lento, tem-se mais tempo de observar o que acontece a sua volta, sem largar da bicicleta. O equilíbrio fica mais difícil, claro. Mas se souber conciliar, haverá sempre algo novo, situações novas e seu passeio mais alegre, viciante e... prazer.


Só tem uma coisa que deixa os relacionamentos longe das bicicletas: você não desaprende a andar na "magrela" se ficar muito tempo sem andar. Mas se ficar muito tempo longe desses relacionamentos, há o risco de você ficar grande demais para andar de bicicleta, ou a bicicleta pode ter sofrido mudanças as quais você desconhece, e tudo deixa parecendo que você nunca andou. Por isso que voltar a amar é difícil. Porque tem aquelas coisinhas ruins de aprender a andar de bicicleta... mas tem o lado positivo!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Selos.






Quando eu penso que não há dinamismo entre os blogs, descubro o tal dos "selos". Eles são concedidos apenas por indicações feitas por outros blogs, e os indicados tem de responder as perguntas em um post e colar a imagem das suas conquistas.




Tudo bem que eu descobri que fui indicado um mês depois de ser, mas agradeço demais as meninas do NemMeLigue, pelo reconhecimento e por acompanharem meu blog, o que me faz querer melhorar mais para ater vocês a ele.




Vamos aos procedimentos dos três selos que eu ganhei.








1)A primeira música que lhe veio na cabeça agora:

R: O bêbado e o equilibrista - Carla Cristina (não é dela, mas ela melhorou a música!)

2)Uma música pra curtir com a paquera/namorada:

R: Iris - Goo goo Dools

3) Uma música muito romântica (o que se pode dizer de: "seu tema de amor"):

R: Carta - Jota Quest

4) Uma música pra tirar a roupa = strip-tease:

R: The Pill - Paranormal Attack

5) Uma música para uma boa transa (a transa pode até ser ruim, mas a música ótima):

R: Um jazz instrumental qualquer! =X

6) Uma música "I WILL SURVIVE" = hino gay:

R: Nada bate Village People né?! YMC ou Macho Man!

7) Uma música que saiu do lixo / ou pra jogar no lixão:

R: Eu sei que já fez fama, mas... Lágrimas de Crocodilo - João Penca e seus Miquinhos Amestrados

8) Uma música que você ama, mas o DJ insiste em não tocar na balada:

R: Música árabe remixada! É muito massa!

9) Uma música da hora (música que está na moda e você adora!):

R: When love takes over - David Guetta feat. Kelly Rowland

10) A música que você mais gosta em todo mundo:

R: Ihh, sem resposta! É coisa demais.




Segundo bloco de perguntas para o outro selo:

- Uma música mágica:
R: Acreditar no amor - Vida Reluz
- Um filme mágico:
R: Quando Nietzsche chorou

- Uma viagem mágica:
R: Um carro, tanque cheio, rumo a lugar incerto.




É isso!

Obrigado mais uma vez meninas. Já aproveito a deixa e agradeço a todos que já passaram por aqui e por aqueles que me fazer ter idéias pra escrever.

Meus indicados aos três selos acima são:













Obrigado a todos.

Quando me indicarem, avisem-me nos comentários por favor!

E sempre comentem os textos, vocês ajudam nos próximos.

domingo, 6 de setembro de 2009

Filosofrida.

Quando você sabe que está fazendo a coisa certa?! Ou que suas idéias são as corretas? Contente-se com uma premissa: nunca!

Uma verdade, ou idéia correta só existe mediante a coletividade positiva desta. Ou seja, caso pense que estás correto, necessitas de um outro ponto de vista para comparar-se e auto julgar-se. Caindo assim na dificuldade de coexistência de valores, linhas de pensamento e até mesmo desejos com fundamentos inconscientes.

Ao mesmo tempo que você pensa que está correto, não se baseia no que o outro acha, mas sim, o que está implícito no que você acha que os outros acham. Diretamente, você não tem nenhum respaldo, se não os elogios. Então se percebe que por razões físicas e de caráter cultural, os meros elogios que se tem, ou são sobre as externalidades das pessoas, ou em forma de agradecimento.

Quando você sabe que está fazendo a coisa certa?! Ou que suas idéias são as corretas? Tente uma segunda idéia: fique no senso comum.

Não é a mesma coisa do que pensar na coletividade positiva de idéias, pois ao se encaixar no senso comum, no equilíbrio confortável das idéias, você não enxerga a possibilidade de estas estarem erradas ou corretas pelo simples fato de não ser exigido a tal. Digamos que as poucas pessoas que se auto questionam sobre a veracidade amparada de suas idéias, só as fazem por estarem desfocadas das demais. Eis então, os de extrema.

ATENÇÃO : Antes de entrar em tal ponto, saiba que o ser humano é um ser parcializado: para umas coisas toma certas atitudes que pode não condizer com a linha de lógica.

Há um fato curioso na sociedade como um todo: o que foge ao comum, à rotina, é surpreendente. E isso serve também para o lado do bom e o do ruim. Não se sabe da existência de uma pessoa mais ou menos. Ou ela tem seus adjetivos atrelados a coisas boas ou coisas ruins. Pelo menos em termos de relações sociais. Exemplificando: quando uma pessoa considerada correta faz algo de pequeno cunho negativo, ela é altamente julgada e comentada. Já se uma pessoa considerada não correta comete o mesmo pequeno erro, é comum.

Assim, entramos em um questionamento eterno/efêmero com aparente conclusão. Nunca teremos alguém ao nosso lado todos os dias para dizer elogiar nossos atos ou nossa maneira de pensar. E nunca teremos pessoas totalmente boas ou ruins para comparar e dizer se o que foi feito é correto ou não. E ainda mais, por não sabermos o que fazer com nosso cérebro, ficamos em constante redundância sobre os valores humanos.

E tudo isso porque eu sonhei que meu back era santo.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Sobre relacionamentos.

Uma das comédias mais instigantes do dia-a-dia, é a relação interpessoal. Aquela que se mantem com família, amigos, e qualquer outro tipo de relacionamento (seja ele mais sério ou mais casual). Apesar de levarem o mesmo e mudarem o grau de intimidade ou ocasionalidade, há muito mais além do que se pode deduzir.

Não há fórmula para um relacionamento ideal. Isso parte do pressuposto que ninguém é igual a ninguém e por tal fato nunca se saberá se o que dá certo com um é aplicável ao outro. E ainda sabendo da divergência de personalidade, valores e razões de cada ser humano, pode-se também dizer que nenhum relacionamento é igual a outro. Existem aquelas pessoas que necessitam de atenção a toda hora e as outras que se contentam com meia hora de papo. E sem medida, quanto será que pode estragar?!

Na verdade o que estraga é a falta de consciência sobre o que se deve ou não julgar em uma amizade/namoro/semelhantes. A primeira coisa a se lembrar é que, como nada na vida, nenhum relacionamento é 100% e muito menos constante. Existem pessoas pelas quais se daria a vida que mal se veêm em um mês. E existem aquelas que estão em contato todo o dia e que não passam de um sorriso de bar. Sobre ser constante, é inevitável que não se mantenha as mesmas condições durante todo o tempo. Existem fatores externos que nos impossibilitam de sermos sempre os mesmos. E seriamos hipócritas se deixassemos sempre um sorriso no rosto quando a vontade é de ficar quieto.

Mas há algo a se ressaltar: apesar da insconstância de um relacionamento, a essência não muda! O que você sente por uma pessoa raramente vai diminuir em questão de semanas ou até meses. Tudo depende de como esse sentimento foi calcado durante todo o tempo anterior. E depende de você enxergar que ele continua lá, e se você quer que ele valha mais do que o exagero de palavras ou comunicação.

E se quer um conselho, sentimento não dá pra comprar!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Doente por opção.

Já reparou como a maioria as pessoas expoentes do mundo tiverem seu psiquico colocado em extremos? Por exemplo: ou eles utilizavam de certo tipo de drogas ou eram doentes mentais. E como eu almejo um nível substancialmente diferente do senso comum, teria de recorrer a uma das duas opções. Drogas não é muito meu estilo, então deixo para última opção (sem deixar de ser uma). Mas e a doenças?

Por experiência adquirida por uma osmose secreta, sei que só pelo fato de ser doença, não é saudável. Contudo, creio que ao conhecer Nietzsche em seus tempos de depressão ou Alvares de Azavedo ou outro intelectual que tenha decifrado a vida de um jeito estranho aos olhos humanos, os doentes sejamos nós. Explico: mesmo que sós ou em conflito com parte do mundo, essas pessoas elevaram sua intelectualidade a ponto de esta suprir certas necessidades sociológicas. O que é visto pelos psicólogos como doença. Melhor explicitando: para um psicólogo, a aversão a convivência social já é praticamente uma doença. Só que, PORQUE?! Porque é uma vontade incosciente?! E se for vontade, qual o problema em praticá-la?!

A liberdade expressamente dita não deve apenas ficar nos limites do "a minha começa onde a sua termina", esquecendo que há uma liberdade necessária do ser. Prender-se em razões ou premissas sociais por motivo qualquer que seja, de sentimentos à obrigações, faz com que a liberdade do indivíduo seja obstruída. E quando estes mesmos pontos forem descobertos pelo ser, os questionamentos sobre o colocaram a par de suas vontades íntimas. E ao perceber que a sua liberdade pode ser calcada no "sofrimento social" a indagação passará a ser: "É correto?!".

E ainda tem gente que paga pra saber se é correto ou não!

Quanto mais segurança das vontades pessoais, quanto mais ciência e senso crítico sobre os meios de atingir objetivos e busca de intelecto, mais o indíviduo se tornará dono de si mesmo! E terá poder para lidar com os questionadores da mente. Alguns até, que usam a maioria para justificar uma diferença de sentir e pensar minoritária socialmente.

E tenho dito: pensar além do superficial é cabível a qualquer ser humano. Não há necessidade inclusive, de estudar para tal. É só se dar conta da capacidade que qualquer um tem de mudar a si mesmo, nas áreas aparentemente imutáveis, consideradas como valores e essência sentimental.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Meu pote, com validade.

Saber dar valor, não está em concordar com tudo o que é bom. É alegrar-se com o bom! Contudo, utlimamente isso tem sido tão superficial para os outros. Creio que por isso mesmo, o valor, quando descoberto, é admirado demasiadamente a ponto de se transformar em alegria. Asssim como o amor.

Estes dias me deparei com uma situação contraditória. Ao mesmo tempo em que achavam minhas palavras de amores líricas demais, reclamavam pela falta de falarem de amor no mundo. Alto lá! Concordo que não sou a pessoa mais apta ou hábil para se falar de amor. (E você sabe muito bem disso). Mas então permita-me colocar mais um pouco de futilidade verbal no meu pote de estranhezas:

Quero me apaixonar pelo sexo: o oposto. Não quero que minha paixão seja gerida ou construida tendo como base vulgaridades ou fanatismos sonhados, desejados. Refiro-me à um beijo! Um só! Aquele de bom dia, que foi de boa noite, que é de até semana que vem, de me dá mais um, de te encontro daqui a pouco, de sorvete com batata frita, de te amo! Mas mais do que isso quero minha paixão formada de chatices, de inconformidades, de besteiras, de piadas sem graça... isso pra crescer! Quero também um pouco de sorrisos idiotas (desses que os outros falam e usam cliches do tipo: "Como o amor é lindo"), uma boa relação com a sua família, reciprocidade de sentimentos, adivinhação de pensamentos, admiração... isso pra deliciar!

E para mostrar para os outros, eu quero você! Não como troféu, apesar de achar que se conseguir alguém como você, serei de certa forma, vencedor. Mas para mostrar para os outros que do seu lado, as coisas óbvias são efêmeras! Quero que uma tarde de sol se transforme em uma noite de chuva! Quero que duas palavras sejam suficientes em certa hora, mas que trezentas e trinta e três sejam poucas em outra. Quero que uma briga termine em separação, para poder te mandar flores. E quero te mandar sem precisar de motivos. Quero que você se sinta protegida por mim. E quero me sentir frágil à sua respiração.

Só não me venham com essa de que existem muitas por ai. Nem que seria bom se tivessem mais iguais a você. Eu não suportaria. Bom, para ser igual e em grande número são amigos. Amores, deixem um de cada vez, por favor! Posso parecer egoísta querendo você só para mim. Mas é que para me apaixonar por todas iguais a você, o mundo necessitaria de mais "eus". Só por achar que desse jeito, como é, se encaixando assim, só comigo.

E colocados tais pontos no meu pote de estranhezas, tranformo-o em pote de sonhos e entrego a você como quem oferece um pote de doces, para ser compartilhado. Você pega um, eu outro e desfrutamos do que há por trás de tudo.

"- Quer um?"

Só não se esqueça de fechar o pote. Os pontos/sonhos duram mais quando o pote fica fechado.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Expectativa.

Não há tempo para se montar a perfeição. Não pelo fato de que ela não exista, longe disso! O que acontece é que os fatos acontecem em velocidade tal, que quando você se dá conta, está novamente pensando no "como vai acontecer", "porque" e "com quem". Como um vício tão rotineiro que não tem mais relevância. E que como rotina, desaparece em meio a coisas surpreendentes. E é aí que a expectativa não tem ponto positivo.

ABRE PARÊNTESES

R: - Talvez essa minha fase de bussines woman tenha me tornado fria e calculista pra ter a sensibilidade tão aguçada.
B: - As pessoas frias e calculistas encantam pelo modo racional de pensar! Enquanto os menos frios, menos consequentes, são pegos pela emoção! E deveras vezes esquecemos que o bom equilíbrio são os dois! E não um só!
R: - É... Uau! Você é um poeta!
(...)
R: - Sabe, um dia tive um papo descontraído. Na piscina da casa de uma amiga no interior de São Paulo. Falavamos de amores... de quando iria aparecer "aquele!". E hoje me vejo apaixonada! Como se não soubesse de mim antes dele.
B: - E quando você se viu apaixonada, nem percebeu que não era nada do que você tinha pensado! Era só... ele!
R: - Éééé! Justamente isso! Falou tudo! Não era nada do que eu havia construído e imaginado ao longo dos meus vinte e tantos anos! Quando você é mais jovem, não sei... projetamos aqueles "super caras" de maneira incosciente. E na maioria das vezes, nem é culpa da pessoa não ser aquilo que você quer que ela seja... é sua mesmo de querer perfeição.
B: - E sabe do que mais?! Eu chegaria a apostar que o amor de verdade só acontece por ser inesperado. Por estarmos livres de pré-supostos, de expectativas.
R: - E quantas vezes achamos que nossa capacidade de amar chegou ao final...
(silêncio e suspiro!)

FECHA PARÊNTESES


Trilha sonora: On Broadway (live) - George Benson
Parceria: Paris é uma Festa

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Fatores intrínsecos.

Por mais rabugento que você seja, por mais intransigente, quando você conviver com pessoas de bem, irá se sentir bem.
Por mais que você se julgue auto-suficiente, dono da sua vida, com alguém do seu lado você sabe que tudo fica melhor.
Por mais que você diga que é, ou se faça de uma muralha anti-sentimentos, a alegria e a bondade perpassam todas as suas defesas.
Por mais que você enxergue pessoas diferentes, você sempre saberá que existem aquelas que a saudade é única. De um modo especial.
Por mais que você esteja cansado, depois de um dia estressante e de horas perdidas de sono, uma força lhe restará: a de um sorriso.
Por mais que você não goste de um certo estilo de música, quando ver um mendigo cantando, irá no mínimo achar graça. Quando ver algum engravatado na rua dançando, irá se sentir diferente. E quando ouvir a mesma música, verá que a graça não é a batida ou a letra, é porque é música!

Tentar questionar as razões do sentir e pensar nem sempre é a melhor saída. Apenas cante o que acontece. Brinque com as coisas sérias um pouco. Deixe de lado o seu jeito espelhado. Faça graça com seu patrão. Tente escrever um livro de auto-ajuda baseado na sua vida, e você descobrirá que sabe a solução para a maioria dos seus problemas. Só nunca parou pra perceber porque acha bonito ter um problema a mão em caso de necessidade.

Mas principalmente lembre-se de que TODA pessoa que passa por você, partilha do mesmo mundo, de idéias semelhantes e de problemas. O que você pode fazer de diferente é saber como olhar, porque olhar e fazer-se olhar. O legal de se fazer presente não é para amaciar o ego, é pra criar possibilidades de maior convivência e maior conhecimento de outras vidas. Talvez um dos erros do ser humano seja querer saber demais da sua vida, preocupar-se demais com tudo o que acontece ao seu redor, e não com quem acontece ao seu redor. Se todos falam que o dom da vida é o mais lindo, PORQUE ADMIRAR UM SÓ?! Porque admirar só a sua vida?! Admire a de qualquer um. Todas são diferentes, e por todas serem diferentes, todas tem seus encantos intrínsecos.

E quando resolver sair para admirar, para ver o que há de bom por aí, não se esqueça de uma boa música!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Manual para Goianos recém-chegados ao DF

· Antes de começar pontos mais específicos, não se iluda: Brasília nada mais é do que um pedaço quadrado (vulgo “quadradinho”) de Goiás, e formada por nordestinos (85%), goianos (10%), estrangeiros (4%), apátridas (0,9%) e brasilienses de fato (0,1%)
· Não tente falar do futebol da região. Os brasilienses geralmente torcem pra times cariocas.
· Se você for ter a certeza de que vai passar um dia inteiro sem voltar em casa, faça como todos: use o seu carro como guarda-roupa! Leve uma regata, óculos escuro, bermuda... mas não se esqueça do guarda-chuva, moletom, roupa de inverno, corrente para roda dos carros em caso de neve. (Acredite, em Brasília, nunca se sabe).
· O céu desta cidade é considerado o mais bonito do país. Às seis horas da tarde ou da manhã sem previsão de chuva!
· Antes de decidir ir para algum lugar a pé, tenha a certeza absoluta, plena, com testemunhas se possível, de que é humanamente possível chegar lá sem o uso de automotores.
· Nunca diga em Brasília: “Chego ai em cinco minutos”.
· Saiba que as estações de metrô desta cidade foram projetadas na verdade por alguém do exército especializado em camuflagem. Você nunca verá mais do que duas estações por acaso.
· Ao chegar numa entrequadra comercial do Plano, mesmo havendo vaga, pare em fila dupla, pois é a única forma de evitar que alguém pare em fila dupla atrás de você.
· Apesar de sermos a capital federal, temos a pior rodoviária do país.
· Sinais de que você é goiano (alguns fundamentados, outros puro preconceito):
o Buzinar no trânsito
o Bater o carro
o Mesmo em Brasília, falar “porrrrrta”
o Fazer qualquer coisa desastrada
o Dar rata sobre alguma localidade de Brasília (mesmo que você more aqui há cinco anos)
o Achar que um apartamento de 150.000 é caro
o Não ter outro cd no carro além de sertanejo
o Falar mal da cidade
· Se for se aventurar nas cidades satélites, saiba que o ônibus que vai para o Pistão Sul de Taguatinga, não é o indicado como “P Sul”, e o que roda em Taguatinga com a indicação de “Taguacenter”, na verdade é no começo de Ceilândia.
· Ainda em matéria de cidade satélite (vulgo “cidades assaltélites”), quanto mais “natural” o nome, menos de natureza você vai encontrar. Exemplo: Recanto das Emas, Samambaia, Águas Lindas, Águas Claras, etc.
· Em Brasília, Cultura, também é nome de livraria!
· Em Brasília, assim como a cama, uma bacia de água ou toalha molhada é item essencial para uma boa noite de sono.
· Ao andar pela Asa Norte, não estranhe se do nada, você descobrir que está dentro da UnB.
· Apesar da classificação de cidades satélites, você nunca entenderá qual a real e oficial subdivisão destas (municípios, bairros, etc.). Ainda mais quando descobrir que oficialmente Águas Claras está dentro de Taguatinga.
· A arquitetura futurista da cidade encontra-se apenas no Eixo Monumental. Já os prédios, espelham algo do que poderia ser anterior a criação de Brasília.
· O mais famoso shopping do DF, o ParkShopping, na verdade, está longe de tudo.
· Por algum motivo, as estradas estaduais tem outro nome: EPNB, EPTG, EPXX. E não são estradas estaduais, são “estradas parque”. Frescura, já que oficialmente, se procurar elas de fato chamam DF-0X. Até o Eixão!
· O Lago Norte é considerado longe não só pela distância física, mas por haver apenas UMA ponte ligando as asas até o local. E fica no fim da Norte.Se pretende morar aqui por muito tempo, esqueça os clássicos nomes de ruas em que parece haver em toda cidade do Brasil como: “Barão do Rio Branco”, “7 de Setembro”, “Avenida da Independência”, “Brasil”, etc. Acostume-se com números e siglas que provavelmente você nunca irá descobrir o que significam.

domingo, 3 de maio de 2009

Minha alma siamesa!

Nas várias tentativas de explicação do porquê ou do que é esse sentimento, prefiro me ater a delícia de descrevê-lo da maneira mais confusa, sem rumo, ou sem buscar um fim definido. Até porque, o próprio sentimento não tem.

Eu não gosto das mesmas coisas que você. São vários os pontos que divergimos sobre afinidades. O que importa é que foi você quem me ensinou o que é "gostar", e nunca impôs limites quanto ao do que gostar. Seus ensinamentos não devem e não podem ser colocados aqui. Uns porque seriam até constrangedores. Já os outros é porque não dou conta de percebê-los. É verdade! Quando falam que educação são os pais que dão, concordo plenamente. Apenas não concordo que somente a educação seja lembrada. Assim como a educação, boa parte dos meus outros valores foram herdados de vocês como sinceridade, respeito, honestidade, garra, amor... Mas não são só os valores. Frequentemente me pego agindo como você! Com os mesmos trejeitos, com a mesma tonalidade de voz, com a mesma linha de pensamento. E isso não é valor, é a admiração pela sua personalidade que tento aplicar, mesmo que inconscientemente, à minha.

Quando sou questionado se dou o real valor e atenção a minha família, a primeira pessoa que me vem a mente é você. Não porque eu ache que não estás presente na minha vida ou coisa assim. Estou certo de que isso acontece pelo fato de achar que nem toda a atenção do mundo, nem todas as declarações seriam suficientes pra você, mãe! Sobre atenção, eu já ouvi dizerem que mãe está ao lado dos filhos mesmo que não gostem, porque é obrigação de mãe. Já eu acho, que nenhuma mãe deve ficar ao nosso lado por obrigação... é por amor mesmo! E isso, quem me fez perceber, foi se não, a minha mãe!

Acho que uma das afirmativas que poderia resumir o que sinto por você é a analogia que faço com minha ligação. Não me incomodaria se não tivessem cortado meu cordão umbilical. Ficaria como um siamês seu. Viveria contigo em todas as horas, todos os momentos e partilharia das necessidades assim como você, podendo te ajudar sempre que fosse preciso. Como cortaram, coloco-me como um siamês de alma. Não há nada que faça ou pense que não tenha uma influência sua. Mesmo que eu não queira.

Você me faz ir contra a premissa de um ser-vivo que aprendo desde minha infância. Não quero que você siga o "nascer, crescer, reproduzir e morrer". Do fundo do coração, que esta regra universal tenha você como excessão. Você nasceu, cresceu, reproduziu, mas por favor, VIVA! O fato de eu ter chegado no mundo, não é para você pular para o quarto ponto. Eu não me perdoaria por isso. Até porque, se isso acontecer, a vitalidade da minha alma, como siamês, vai junto com você.

Te amo!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Vergonha.

Pra não dizer deplorável. Não sei se é falo por parte corrompida por raiva ou ferida, contudo não há uma outra definição.

Entendo 'fim', como algo que deixa de existir, que não tem mais razão para continuar. E isso não se aplica a nós. É nítido nos seus olhos que tudo que existiu não foi por acaso, e nem pelo acaso deixou ou deixará de existir. E este é o nosso maior erro! É uma vergonha, vivendo no mundo em que estamos, onde boas histórias de amor são apenas idealizadas e idolatradas, deixar uma racionalidade seca superar um sentimento puro. Ou pior, deixar que algo antes admirado, seja derrubado por palavras.

De fato, aprendi muitas coisas as quais, tenho certeza, não aprenderia em outras circustâncias. Isso não significa que eliminei erros ou acabei com meus valores. Quizá eu pudera ter o poder de fazer tudo do seu jeito. Mas é o meu jeito de olhar, de sentir e de pensar no que fazer que mudou. As palavras, por exemplo: não saem pra outro lugar que não para o vento. Muitas vezes quis saber de você se de fato me amava, e acabei não percebendo que mais importante que isso era saber se te fazia acreditar em amor. E para isso, não eram necessário palavras.

Agora, aqui estamos. Ouvindo um pouco de todos e de tudo, esquecendo que por ouvir de tudo, nada tem relevância. Procurando uma saída. Inventando uma nova vida. E lembrando, sentindo, pensando, se defendendo. Eu já não sei o que se passa com você. E isso, que antes era admirado como mistério, agora é agonia de incerteza e insegurança.

Agora aqui estou. Ouvindo um pouco de uma música qualquer... me lembra você! Pensando em argumentos fundados para poder me defender. Mas mais que isso, tentando vencer minha luta contra a esperança. Já a enfrentei com várias armas: cogitei colocá-la como desejos que podem ser saciados com outras; pensei em simplismente deixá-la pra lá; tentei explicar pra ela que não há razões para existir em tal dimensão... mas apenas uma arma me conforta. A esperança transformada em história.

Nessa história, você seguia a sua vida e eu a minha. Você ficava na minha memória e eu querendo a sua. As notícias se espalhavam, a falta de notícia se fazia real, e a única coisa que permanecia era um ponto perdido, no passado. Um ponto de algo tão sincero e bom que, se por ordem do destino, voltaria sem erros pra terminar. Confesso que me vejo só, em alguma parte do mundo, dando um telefonema inesperado. Do outro lado atende alguém com fala automática e eu respondo: "Queria mandar um buquê de rosas brancas, por favor".

Pode parecer um enredo muito romanesco. Parece coisa de gente decidida, que sabe o que afirmar e não tem medo. Mas eu tinha certeza de que estavamos no meio de um conto de fadas. Talvez agora a única diferença é que tudo tenha se tornado um filme de Hollywood ou uma novela de horário nobre. E sabe, é por te conhecer que digo: merecemos algo tão grande assim!

quarta-feira, 25 de março de 2009

Tempo perdido.

Se o tempo é relativo, não me importa. Encaro o que é fato: apostas são feitas crendo que ele pode ser não relativo, mas corretivo. Agora, questiono-me: porque ser corretivo, em termos de apagar o que se passou e não utilizá-lo como apenas tempo? Não se enxerga é que dentro do tempo pode-se ter não só 'fins', mas também começos, desenrolos, ilusões....

Eis então que quero bravejar: o tempo que se passou, entre nós, não foi perdido. É muito pouco tempo pra quem se tem uma vida inteira pela frente, como argumentam. Não foi perdido porque em pouco tempo pode-se muito. Não é suficiente para mudar rumos por completo, mas pode olhar o caminho com outros olhos. Não é suficiente para mudar personalidade, afinal, aquilo que se é, foi construido por um longo tempo. Não é suficiente para mudar um sentimento, mesmo que seja dado a ele novas facetas, ele ainda pode estar lá, atrás de máscaras.

Não quero julgamentos, nem agora, nem por um futuro além. Quero apenas que entenda, que o tempo que se passou, foi justo, necessário. Mas que em pouco tempo a única coisa que acontece são mortes. Não me deixe morrer aqui.

Não sozinho!

terça-feira, 10 de março de 2009

Culpa.

É comum questionar se estamos no mundo correto. Mas esquecemos de que, por vezes, estamos no nosso próprio mundo e por ele não parecer com o real, parece irreal. Podemos, e em boa parte somos, ser bivalentes em termos de vivência. Só que não sabemos. O que parece emoção em momento de euforia, pode ser sem lógica na calma do travesseiro. E eis que o travesseiro vira túmulo para uma consciência semi-falecida por auto-flagelação.

Que culpa eles tem? Preconceito é preconceito independente de para com quem ou com o que! Isso não é um julgamento meu. Isso é do próprio conceito de preconceito. Da minha parte, só acho que não há preconceito que não possa ser mudado. A natureza humana por vezes foi. E pensamentos estão longe de ser naturais.

Que culpa tem as pessoas? Ao entender que todos somos diferentes, não devemos parar por ai, se acomodando. Não é cômodo pra ninguém lidar com todos sem uma indiferença ou uma desavença. Contudo, é sublime perceber que por serem outras vidas em contato com a sua, todas tem algo a acrescentar a sua. Não apenas as julgue. Saiba tirar positividades. Isso sim é ser inteligente.

Que culpa tem a sociedade? E quando se fala em sociedade, parece uma palavra abrangente e até revolucionária, de textos manifestos. Mas considere apenas um grupo de pessoas que se relacionam. Que culpa tem se comentar e falar é nato de um ser humano? Não relacionar-se é tão prejudicial que seria passível de uma privação de intelecto. Não há como ter crescimento pessoal, sem ser, primeiramente, uma pessoa. Não culpar os outros é o ponta-pé inicial em obter um perdão dos seus próprios julgamentos.

Que culpa tem o amor? Ele nunca pediu para ser definido e não se importa o quanto o usem. Apenas, faça bom uso. Não se esqueça de que amor e todas as emoções adveem do coração, mas se maximizam se sinceras. E sinceridade, não é emoção nem razão. Sinceridade é fruto de bom-senso.

Que culpa eu tenho? Eu só queria fazer de tudo um pouco mais sincero. Um pouco mais inesquecível. E quando digo tudo, é tudo! De amores à amizades. De discussões à declarações. De caminhas à noitadas. De solidão à companheirismo. Posso até estar errado quanto a beleza da sinceridade. Mas a verdade é que, até então, quando minha vontade de sorriso falou mais alto, ele veio de várias formas. E não só em mim.

Talvez ai esteja a minha culpa. Querer levar o prazer de viver apenas pra um mendigo que ajudei, pra uma senhora que passava solitária e uma flor entreguei, pra uma mãe que acalmava o filho no carro que fiz o favor de dançar e distrair sua criança, ou de imaginar todas outras situações humanas em superficialidade que devem ser ressaltadas. Acho que deveria sair da imaginação. Não há como ter resposta negativa. Então, por que não o fazer? Com todos!

Não caia no mesmo erro que eu. Apenas me acompanhe. Viva.

quarta-feira, 4 de março de 2009

[Re]Luz.

Por mais que eu tentasse me perder pela noite, sempre esteve lá. A diferença é que antes, a lua era um brilho, um rumo, uma admiração. Hoje é luz, é um auxílio.

Passei a acreditar na força de um neon. Uma boa noite acompanhada de um bom som. Alto, de preferência. O neon toma conta dos meus olhos como sinal de premeditação. O sorriso sai sem motivo. Apenas me sirva mais um copo.

Por trás do neon, há mais brilho. Há um brilho que pisca incessantemente acompanhado de verde, vermelho, azul... Sem ordem. Mas sem bagunça. Há outro brilho vindo do tal copo. Independente de que esteja cheio, brilha. E a música, pode sem querer, tornar-se muito mais luz, do que som.

E já me pergunto se esta imersão em boas vibrações, em algo que pode depender apenas de mim, não seria a luz que falta. É aí que surgem outros focos. Talvez mais relevantes que os anteriores.

Apesar de fugir, confesso que o brilho das pessoas ainda me fascina incomparavelmente. Posso até estar cercado por elas, em estado de agonia física. Mas mesmo assim, dá pra perceber que cada um tem seu estado de espírito, tem sua maneira de lidar com suas preocupações (ou de esquece-las), tem seus olhos voltados para seus interesses (ou fechados para suas introspectividades), tem suas vontades expressas (ou em iminência), tem seus mistérios. E isso ofusca tudo o que há em volta. É o brilho da vida, que de fato é mais de ser visto nos outros, mas que não pode ser deixado de lado. Não quando pensamos no que fazer da nossa.

E se a noite acabar, se o neon se apagar, ainda restaram as memórias. "Podemos sentar ali na calçada e conversar?" Lembrar do que te iluminou sempre geram mais luz. Luz de sorrisos. Luz de alegria. Só não deixe chegar lá.

Lá! Quando as memórias da noite acabam, vem as de antes. E as recordações que predominaram seram os brilhos do passado. Se não tiver um passado que lhe agrade, esse será seu defeito. Se tiver um bom passado, não o deixe virar defeito, virar saudades além das aceitáveis para uma boa noite. Só vire para a lua e diga: "Ainda bem que você ainda continua ai!".

E termine a noite com esperança, de um "tudo melhor".

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Direção defensiva.

À bordo de um carro, eu, minhas lágrimas e o seu cheiro. Que as vezes vem acompanhado de algo parecido com um holograma, onde você aparece do meu lado. A agonia se faz mediante a falta de uma expressão definitiva. Seu rosto aparece chorando, ou sorrindo, ou pensando, ou sentindo. Mas nunca me dão a certeza do que se passa. Do que se passou.

A história que acabou de se passar parece um filme. Uma despedida de um casal prometido para o futuro. Uma despedida figurativamente errada. Veja só, meu Amor, estou em posição de te levar para onde você quiser. Tenho a direção em minhas mãos e nosso destino nas suas. Talvez o caminho seja muito difícil, como já é. São outros tentado "bater" em nós. E até que meu carro anda bem amassado. Mas ele não parou. Você só pediu para descer rápido para pegar a certeza que esqueceu em casa. E nunca mais voltou.

Lágrimas.

Eu resolvi continuar. Mas decidi continuar porque insisto em crer que se não está mais aonde eu a deixei, é porque estará mais adiante. Pode ser que a sua certeza tenha ficado escondida. Ou a esconderam de você! Minha esperança é que ainda esteja procurando. E é por isso que continuo. Mesmo chorando! Mesmo sentindo a sua falta! Mesmo com tentativas de me fazerem parar. Mesmo com a hipótese de estar errado.

Não tenho medo. De fato, meu carro, ou meu coração, está machucado e cansado. A vantagem de ter um carro amassado é que ele começa a ficar imperceptível e desprezado. A minha dificuldade é em controlar o desprezo. Espero que os outros me esqueçam. Nos esqueçam. Assim o trânsito fica mais tranquilo e eu posso te achar mais fácil. Te ajudar ficará mais fácil. E nosso caminho surgirá aonde ele sempre esteve: em tudo. Lógico como o vento em movimento.

Há um outro problema que não quis confessar. O de dirigir embriagado. A direção defensiva é meu modo e meu caminho de te acompanhar. Posso cometer erratas, já que ando bebâdo de amor, como um bom sertanejo. Mas saberei que sempre terei um motivo pra continuar. Saberei que no fim de tudo, há um além eterno. Há um sentimento que pontecializa minhas forças. Há uma música tocando na rádio que diz:

"Hoje acordei sem lembrar
Se vivi ou se sonhei
Você aqui nesse lugar
Que eu ainda não deixei"

E se for um sonho, se tudo tiver sido um sonho, não me acorde. Ainda não desisti do meu caminho. Apenas,

volte.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Encaixe.

Seus retratos já estão na caixa. O coração perfumado. A carta. A estrela. E um pouco da minha luz. O fato é que agora, sou um observador do nada. Contudo quando digo nada, é por querer tudo. É dizer que não existe nada que não me chame a atenção. Com vontade de viver tudo, sem exclusões. E tudo inclui sentimentos tão desordenados, pensamentos tão paradoxais, e rumos tão misteriosos. É enxergar beleza em uma idosa desconhecida que dança dentro do carro no sinaleiro, é ver que os conhecidos próximos podem ser mais próximos se quiser, é olhar pra uma rua vazia e saber que mesmo sem nada nem ninguém, daria uma linda cena de filme.

Tentei me colocar dentro da caixa antes. Viver com coisas que não me abraçariam, que não me dariam um beijo doce, que não brincariam comigo. Apenas com as minhas memórias. Queria ter algo por perto, um conforto meio ilusório, meio concreto. Quando dei por mim, havia me embebedado com o perfume, ofuscado pelo reflexo do seu sorriso nas fotos e deitado no coração. Achei que estava em posição de ficar ali a espera de que alguém abrisse a tampa. Não tinha consciência de meus próprios desejos, não existia um mínimo de racionalidade, como se melancolia fosse um estilo novo de vida. Somente depois que percebi que o ar começava a acabar dentro da caixa, fui tentar abrir a tampa. E como era pesada. E como era agoniante querer forças pra sair dali. Mas sai.

Agora que a caixa está guardada, que larguei um pouco de mim lá dentro, tenho forças pra lidar com o tudo. Ou pelo menos, faço um tudo para ter. Vozes me falam, me fazem relembrar. Me fazem querer pensar. Mas elas não vem de dentro de mim, o que me faz largarem no mesmo lugar onde apareceram: de fora!

Entendo que tenho uma chance só. Que há uma só saída. Porém sou um criativo. E coragem é para aqueles que não tem o dom da criatividade. Eu invento inúmeras outras saídas antes de recorrer a coragem. Uso de intelecto, de embriaguez, de alegria, de rotina e de tantas outras armas que ainda me restam. Só que a munição é uma só: é o desejo de querer usá-las. E isso, em mim, é volúvel.

Existem ainda, as filosofias subjetivas. Umas que nascem do furor de uma alma jovem, de alguém que quer se expressar sem a necessidade de ser entendido. As que tem, por consequências atitudes que nem mesmo a própria alma entendem. Como por exemplo a caixa estar guardada, como se esperasse algo, e não jogada fora, como a vontade quando bate a agonia.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Reluz.

Por tantas vezes cá estive sentado esperando mais um alvorecer. A cama está ali, mas é por escolha que estou no chão. Talvez não por escolha, mas alusão. Existem raios de uma luz artificial vinda da rua que escoam sorrateiramente pelas frestas das grades e reluzem meu rosto.

Um olhar descrito pelo seu próprio dono, pode ser ousadia demais. Contudo, não nego que a profundidade de tal era tamanha, que me perdia em uma imagem irreal. Me perdia na exaltação de um platonismo.

Relato ao vento minhas desventuras. Faço com ele o que quero com todos: ouça minhas palavras e as leve para um lugar onde eu não saiba mais encontrá-las. Esconda de mim aquilo que não desejo e me traga apenas o consolo de uma brisa que bate em alguém com calor. Pode chamá-la de esperança, se quiser.

Fatos novos assumem a máscara da felicidade. O que antes se tinha de maneira simples e explícita, agora é fruto do inédito. E passageiro. Aguardo a rotina para que mostre. Contudo acho infundado ter de solicitar ao cotidiano a revelação de algo que deveria ser percebido por nós, sem esforço.

As luzes somem por um segundo e voltam reluzindo. Uma lágrima. De fato uma lágrima necessária. Por motivos diversos poderia deixar essa gota de sentimento cair. Não somente por tristeza, mas porque sei que agora há algo em que basear minha filosofia, meus pensamentos. E por si só, é uma descoberta ínfima mediante um mar de possibilidades. Só me falta coragem para ir além mar.

Me falta uma companhia.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Sossêgo, só-cego!

Fora com todos! Não quero ser prevísivel nem comum quando se trata de falta. Vão, façam suas brincadeiras, bebam em comemoração a nada, desarticulem palavras já infundadas. Quanto a mim, apenas saibam que de comum, só o uso de mesmas palavras que denominavam as formalidades. Se existisse outras, mais intensas, as usaria. Não as criei por respeito as já existentes e seus usuários sinceros.

Digo sincero e sem medo. Tentei alcançar mãos no céu, não para fazer companhia, mas pra ver como tudo é mais lindo aqui. Ou pelo menos pra eu conseguir fazer ficar bonito. Talvez hipérboles tenham crescido mediante sentimento. Talvez eu tenha colocado tudo de uma forma confortável e, por si só, inconsequente.

Talvez.

Quando me contaram sobre a teoria da relatividade, achei que tudo no mundo teria no mínimo dois pontos de vista. E assim fui tentando enxergar até nas mais específicas questões, uma lacuna pra contra-argumentar. E de fato consegui em boa parte do tempo. Até me dar conta do que estava me tornando. Um questionador de certezas, um incrédulo de afirmativas e um retaliador de perguntas.

Mas não dá mais! Para alguém que realmente ama, a única pessoa que se precisa quando se perde o grande amor, é o próprio amor. Não me venha com alternativas. Ao menos que esteja disposto a ser hipócrita e ignorante com sua própria alma, não há alternativa. Distrações e companhias agradáveis são de grande valia. Mas o suspiro continua o mesmo. Os olhares tem a mesma direção.

Os nós na garganta não são pela perda. São pela dúvida. Tudo é motivo de confusão em pensamentos. Ou vou, ou volto! Mas, não sei! E o próprio "não saber" já contém uma negativa. E por mais que indecisão ou dúvida pareça algo confortável, é sempre involutivo. E de retrocesso, já basta os daqueles que figuram algo.

Discordo inclusive em transformar em filme tanta confusão. De fato, daria um bom roteiro. Houve um ato, há um fato e futuro incerto. Um gosto de saudade, de continuidade, de mistério e de atos apaixonados. O que não me deixa é a ansiedade e a insegurança. É uma luta contra o orgulho, mas mesmo assim, já me declaro perdedor. Perdi pelo simples fato de não te ter mais do meu lado. Agora. E pra sempre!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Resultante.

O equílibrio não se (des)fez por falta de força. Não se (des)fez por falta de tentativas ou palavras. Mas ainda assim, força e palavras não podem ocupar a mesma posição. Se tenho palavras agora, me faltam forças. É contraditório.

Quizá fosse o único paradoxo. Sem forças para verbalizar, pode parecer que são palavras infundadas. Que são juras sem inspiração.
Não!

Não julgue o que digo pela situação. Não diga o que devo, mereço ou deixo de fazer por conjuntura. A fraqueza em si, é inspiração. Até o inverno, frio e escuro deixa algo de bom. Ver como o tempo corre, como as estações passam e como eu fico! Surdez pode ser mais necessário do que calar-se. E a solidão que se julga, pode ser o fato destinado a um encontro consigo. Ou com os outros.

Fato: se não há força, não há resultante. Negativa: há consequência inclusive para o estado estático. Estar por si só, parado, é uma resultante. Então digo que há força! Talvez não para atos pensados e com consequência almejada, contudo, existe força pra deitar retratos, força pra sair de um quarto escuro, força pra paciência.

Só não sei se a usarei para tais fins. Acho que prefiro usar do restante da resultante para ficar estático. Parado. Esperando.

Só não deixe o verão passar. O inverno pode vir, e eu ficar. Sem querer. Apenas ficar!

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Gênesis momentânea.

Eis que então, há ócio. Na verdade, tal designação subestimaria e restringiria o que de fato há. Cá a olhar a cortina mais escura da casa, já percebo que não é estilo, é refúgio. Como se a cada raio que entrasse pela janela e não satisfizesse, pudesse ser retido se a cortina estivesse em posição para isso. E nada mais penso. Me acomete uma súbita vontade de nada!

Eis que então, há paz. Contudo paz não é plena. Sem tormento não se tem paz. Não há como encontrá-la. Ah, os tormentos. Perder-se em desejos e fingir-se um astuto estrategista da vida. Pelo menos com palavras. Talvez mais do que necessários, eles sejam uma obra de arte da rotina. Uma música da vulgaridade. E então tem-se a gênese de um ciclo vicioso e viciante. Adorar confusões para viver a odisséia em busca do conforto pleno.

Eis que então, me deito. Mas mais do me deitar, me entrego. Vejo entorno de tudo, um pouco de nada. E a minha vontade surge em imaginar que posso assinar este nada, fazendo ser algo. Quero um pouco mais. Até que acabem todas as lacunas inóspitas, todas as brechas que os outros dizem ter. Sim, os outros. Não mais a moi.

Eis que lá então, estão os outros. E ali! E aqui! Como se não houvesse comparação de vida, e por tal consequência, não se pudesse deduzir o que é vida. Valorizar aquele cara sentado no metrô, que um dia conheci, cuidando de uma criança especial, me fez perceber que o deficiente era eu. Eu, ciente das coisas mundanas, gargalho com peraltisses, enquanto o João, sem entender o que eu falava, ria da minha expressão corporal. Valorizar a vida dos outros talvez seja sublime demais. E talvez não esteja ao meu alcance. Posso cair no pecado de querer outras vidas ao meu lado, só pra saber se a minha é boa.

Feche a cortina. Até meia janela.

Os pensamentos ininterruptos agora, é um olhar para o teto. E se me viro, vejo nada. E se me levanto, vejo nada. E me pergunto se para toda a atitude é necessária uma explicação, já que toda explicação advém de uma atitude. Viver não necessita de explicação, e por si só, já é a mais audaciosa atitude.

Que sejam abertas então as cortinas. Ou se quiser algo mais medieval ou rebelde (escolha seu estilo), as arranque com um movimento apenas e grite pela janela agora vísivel:

- Como um espetáculo que continua, ou um show que obedece um ditado popular, eu não quero parar!

Passional.

Ultimamente tenho sentido uma necessidade a mais de exprimir a você o que sinto. Talvez por carência. Talvez por reiteração. Talvez por te ter e te querer cada dia mais presente nos instantes.

Sou desses que comete erros por excesso. Excesso de preocupação, de medir atos e palavras. Mas entenda que este mesmo excesso é causado pela vontade de te colocar em âmbito confortável o suficiente pra ficar aqui comigo. Pra sempre. Como se o medo de um erro, já fosse um por si só! Ainda assim, prefiro cometer pecados por exaltar do que por neutralidades.

Espero hoje, e sempre, ter necessidade em lhe dizer que te amo. Porque acho que isso é espelho do calor de uma paixão, que ainda depois de tempos, vive em mim.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

8.

Insulto infâme. - A cólera se expressa de várias maneiras e sempre extremas. Por chegarem a tal ponto, saem do controle e então se xinga um sábio de feio, e um romântico de apaixonado. E não se atinge a ninguém!

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Órbita.

Não se resumi uma vida. Não se é curricularmente entendido. Sem os pequenos momentos, as fotos não teriam valor. Imagens seriam apenas um espelho. Quantos mais detalhes, quanto mais palavras, mais sentidos. Bons ou ruins.

Fazer diferente. Mudar e misturar, se for preciso! Modernidade e o clássico, por exemplo. Uma valsa com a cotidianidade de um samba. Poema declamado para pessoas não-conhecidas. Falta de luz. Ou pelo menos a antiga dificuldade que se tinha em encontrá-la. Bucólico e vulgar. Instante e falta de tempo.

Medir palavras poderia ser arte. Não usá-las poderia ser charme. Inibí-las, é perder consequências. Oportunidades em verbalizar-se não deveriam ser somente virtuais. Criar chances para expressão tem mais magia e mais importância do que verbos soltos, em horas raras.

Há, sem dúvidas, uma força que nos quer bitolar. Algo que nos une a um sentimento único. E já por si só, a diferenciação nos retira de tal. Mas nunca se consegue sair do entorno. Talvez achando um amor, tenha a impressão de que tais voltas acabem. Mas apenas nos distanciamos dela.

Uma doce ilusão de diferença, com um gosto amargo de rotina.