domingo, 2 de janeiro de 2011

O ego fúnebre.

Ao dizer que gosto da solidão e a prefiro em circustâncias, não meça minha palavras, é puro sentir. Algumas das mentes brilhantes deste mundo discorreram sobre os benefícios da solidão. E eu até os enxergo claramente. Mas minha mente vai além.

Ao falar que não me importo muito com complicações cotidianas e de cunho social, sou até bem sincero e falo com propriedade. E acho que isso vem da minha simpatia pela solidão. Mas, o meu egoísmo aparece mesmo quando penso sobre morrer.

Queria morrer antes dos meus pais. E isso talvez mostre já de maneira bruta o que é o meu egoísmo. A dor de perder alguém que se ama, foge das explicações até de filósofos. Raciocinar a respeito é praticamente impossível.

Queria morrer antes dos meus amigos. Aos poetas que dizem que a amizade tem valor maior do que os amores de uma vida, viveram muito bem todos os seus dias. Não consigo imaginar minhas lembranças sem três ou quatro rostos presentes.

Mas entenda, não é 'querer morrer'! É que, diferentemente da maioria, a mim pouco me importa em morrer hoje, amanhã ou depois. Sobre 'morrer jovem e não viver a vida', só o fato de ter boas lembranças na cabeça, e muito ter aprendido com os mais velhos que me cercam, já me fazem bastante satisfeito do período mundano. Afinal, tem tanta coisa que se passou, que dou graças à Deus de de fato terem passado.

Então, se eu morrer amanhã, não foi por querer! Mas tenham certeza de que não os amei menos por ter ido.

Um comentário:

R.R. disse...

curioso o fato de uma certa pessoa brigar tanto comigo qnd eu tocava no assunto ser o mesmo a escrever sobre...=P